Uma Poesia da turma Durga.
Era um final de semana de aula e estávamos encerrando uma aula em que refletíamos sobre o Baghavad Gita. – Texto Clássico Indiano.
O texto em si não é objeto deste artigo, mas é importante ressaltar que a narrativa se desenvolve em torno de um poderoso arquétipo, o arquétipo da Jornada do Herói e da Heroína.
A força deste arquétipo é revelada quando iniciamos uma jornada interior com consciência em que, em mais ou menos tempo, percebemos se tratar de um fluxo de desenvolvimento que nos leva a totalidade que suporta nossa existência psíquica.
O Gita discorre sobre a iniciação do guerreiro Arjuna, o ego, no caminho do Yoga rumo a totalidade e a plena realização de seu dharma. É através da orientação de Krishna, representando a consciência da totalidade, que Arjuna percorre sua jornada do herói.
Estimulados pelo texto e sua compreensão elaboramos as seguintes perguntas:
- O que é Brahman em mim? Quem é esta divindade interior que me permite desenvolver autopercepção e autoconhecimento?
Saímos então do campo da simples reflexão intelectual e utilizamos de nossa imaginação simbólica.
Fechamos os olhos e permitimos que imagens em ação abrissem a realização de um diálogo com nosso interior a partir das questões acima.
Neste campo interior simbólico não estamos acessando o reino de pura consciência. O que realizamos é o diálogo interior com o ego presente para que receba profundas mensagens.
Abaixo descrevo, em forma de poesia, as mensagens simbólicas que as alunas da turma Durga receberem diretamente de sua sabedoria interior. São respostas a uma questão existencial que está além da lógica e das palavras.
Descrever em forma de poesia nos permite expressar a integração do conteúdo estudado e vivido.
Desta mesma forma faziam os antigos sábios Indianos e como eles também dispomos do potencial de acessar o centro numinoso que nos sustenta.
Abaixo nossa síntese poética de boa parte do que emergiu neste movimento em sala de aula:
“Do mergulho nas profundezas do mar
Ao voo nos céus
Encontro sombras e pedras acinzentadas pelo caminho
Posso ver como uma coruja a escuridão em mim
Subo montanhas
Em exaustão e dificuldades
Ainda sou uma jovem
Menina com seus desenhos animados
O ser feio que não me assusta
Não tenho medo
Sou eu mesma
Descendo a espiral mais profunda
Em busca do último conhecimento
Que pulsa no mais alto e no profundo em mim
É o sol
O diamante azul
Agora sou criança e sou mulher
A serpente que sobe e une
O Azul e o Rosa em mim
Sou levada a velha árvore do saber
Esta sou eu
Este é Brahman em mim”
Este foi nosso laboratório, o local de trabalho (labor) e oração.
A crença da Escola YogaMaya é a de que a sabedoria está em nós. É nossa fonte de saber interior. Somos o ego com sua natureza condicionada pela separação e além dele também somos a ilimitada criatividade da totalidade de todo o cosmos.
O espírito é nossa natureza e reconhecê-lo é nossa jornada de vida. Uma vida de sentido, compaixão e propósito.
Ninguém neste mundo pode fazer o caminho por nós. Estas mulheres assim nos ensinam.
Boa jornada!
Eduardo Ferreira, Debora Dezzotti, Patrícia Lucca, Gabriella Paixão, Tatiana Venturelli, Samara Santos, Jessica Pires, Vitória Tudela e Marta Almeida.
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