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Nossa Autêntica Natureza além do Ego

Muitos nomes procuram nos remeter àquele dentro de nós que tudo permeia, ou seja, nossa autêntica natureza. O jogo de palavras pode ser algo como “aquele que está além dos nomes e das formas”.




A tradição Indiana costuma se utilizar da caracterização daquilo que o Ser não é. Meditamos naquilo que não somos. Assim a resposta à pergunta “Quem sou Eu? ”, se desenvolve a partir daquilo que eu não sou.


Uma meditação com esse enfoque é feita em seis etapas:


1. Meditar em eu não sou meu corpo. (Annamaya Kosha)

2. Meditar em eu não sou energia. (Pranamaya Kosha)

3. Meditar em eu não sou minha mente. (Manomaya Kosha)

4. Meditar em eu não sou meu intelecto. (Vijñanamaya Kosha)

5. Meditar em eu não sou a bem-aventurança. (Anandamaya Kosha)

6. Então medita-se no vazio que tudo contém, no útero de onde viemos e para onde retornaremos.


Ao final da meditação e um pouco mais livres daquilo que pensamos ser podemos abrir a porta a uma autorreflexão mais límpida.


Tente se lembrar de como se sentiu mal ao reagir com raiva em relação a qualquer pessoa.


Após desferir toda sua raiva na direção daquela pessoa e imaginar o quanto a pessoa em questão merecia aquilo tudo, você se sente muito mal. Seu corpo sofre e sua mente fica perturbada.


Se você for um pouco a fundo e refletir a partir deste estado será capaz de perceber que agrediu a si mesmo.


É certo que temos momentos em que precisamos nos defender por uma questão de sobrevivência, mas quantas vezes nos sentimos mal pela agressão que direcionamos a outros seres humanos, animais ou a qualquer entidade da natureza.


Não somos apenas animais instintivos. Somos dotados de almas que falam com nossos egos através da intuição.


E este último ponto é que deve ser o objetivo de nossa vida adulta: abrir o olho e o ouvido interior.


Devemos dar atenção e desenvolver a escuta livre, espontânea e atenta da intuição através do processo de pacificação dos nossos instintos e suas conexões emocionais.


O instinto dentro de nós reage a várias situações e só podemos manter nossa posição se cultivarmos a raiva. Lembramos da pessoa que nos perturbou, trazemos a raiva e assim cultivamos a violência dentro de nós.


Ao contrário, se ouvimos a voz alta e clara da intuição percorrendo nossas mentes e nossos corpos, sabemos que a agressão ao outro é uma agressão a nós mesmos. E quem percebe isto dentro de nós não é o ego.


O ego toma conta de sua vida e de sua sobrevivência individual.


Quer pertencer e ser também aquela pessoa mais especial dentro do grupo. É viciado em reconhecimento e na sua razão.


Isso tudo já dá ao ego muito trabalho. Então não é ele quem reage para ver você e o outro como um. O ego é apenas um receptor.


É de outro aspecto que a comunicação surge. Aquele que é o mesmo em você e na outra pessoa. O único capaz de saber que o outro e você são e sempre foram o mesmo.


A intuição é essa comunicação entre quem você realmente é e o seu ego.


Seu ego recebe o recado e mesmo que sofra, pode aprender e começar a perceber sua autêntica natureza além de si mesmo. E ele também é parte desta sua natureza.


Apenas não é o centro desta sua história, que é muito, mas muito mais antiga do que seu ego pode imaginar.


Então até a raiva pode nos levar ao Si Mesmo real dentro de nós, fora de nós e que permeia tudo que existe.


Nos levar a nossa autêntica natureza e vivermos a partir dela. Isso é Yoga!


Namastê.


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