Por Professor Eduardo Ferreira
Quando falamos do que vemos e sentimos ao longo da vida em relação a morte logo concluímos este fim corpóreo ser associado ao sofrimento e a saudades. A morte assim se torna temida, sombria e evitada a todo custo.
Fruto do próprio tempo, do desenvolvimento e da contínua mudança, a morte é inevitável.
Será esta visão da morte a única possível? Não estaríamos limitando este evento por seus acontecimentos externos? O que o olhar interior e consciente nos fala sobre a morte?
Neste artigo vou descrever a visão de três pessoas a partir de suas jornadas de autoconhecimento, sendo duas ex-alunas da escola, em conflito com a morte.
Cada uma delas olhou para dentro, no mundo simbólico da imaginação a partir da questão, o que é a morte?
As repostas abaixo trazem uma visão completamente diferente da morte.
Para uma melhor compreensão destes três atos com a morte vou pedir para o leitor que considere nosso mundo interior dentro da sua infinita vastidão portador de uma característica de balanço do exterior, ou seja, se a morte é sombria do lado de fora a alma nos vai apresentá-la como um contraponto luminoso que gera cura e equilíbrio.
Ato 1:
“Eu andava pelo cemitério de minha cidade e encontro a morte. Ela se apresenta como um rapaz jovem.
Sentado comigo na escadaria do cemitério ele mostra meu futuro túmulo. Inicialmente tenho medo em cair ali, mas ganho coragem e me jogo.
Dentro do buraco do túmulo começa a verter água até meu corpo ficar ali completamente imerso.
Saio dali e do lado de fora observo aquele buraco cheio de água que gradativamente se torna gelo sólido.
Então a morte fala:
- A morte é somente uma mudança de fase. ”
Ato 2:
“Caminhei até o alto daquela montanha. Ali uma casa com duas chaminés, em que uma delas soltava uma fumaça clara e outra uma fumaça escura, me chamava a entrar.
Sabia que a morte me esperava ali.
Entrei e logo dei de cara com a morte. Ela era uma energia suave e luminosa.
Os três guias de minha jornada até ali estão por perto. A deusa Ninfa, O sábio senhor que surge do mar e a Deusa Sophia da sabedoria. Os três juntos com a morte fazem uma roda e estou dentro no centro deste círculo, desta mandala.
A morte então entra no círculo e dança comigo. Ao me abraçar com aquela estrutura luminosa perco a noção de meu eu e me sinto ampla em um outro universo. ”
Ato 3:
“Ele estava dentro de si mesmo e em contato com sua alma. Ele pergunta por que as perdas na vida ocorrem? Por que a dor ao morrer?
Surgem imagens de várias portas se abrindo a sua frente, uma atrás da outra. A última porta se abre e um senhor aparece.
Ele usava um chapéu como um que tinha na vida externa. Logo concluiu ser ele mesmo ali projetado. A cabeça e seu corpo começam a se abrir e várias engrenagens que compõe o interior de seu corpo começam a desabar. É a sua morte ali na frente.
Do monte de engrenagens no chão uma pequena esfera de luz se projeta para fora.
Esta esfera então sai pelo universo e toda vez que encontra outra esfera a projeção de um corpo humano holográfico se forma e a interação acontece. ”
Aí estão os três atos da morte.
Cada pessoa teve um enorme alívio com a questão da morte a partir destas experiências.
São vivências comuns que surgem naturalmente em nós quando aprendemos a ouvir a alma.
Aqui dou minha conclusão a partir de um “logos” das realizações acima:
“A alma não reconhece a morte como um fim, mas sim como uma grande transformação.
Todo final é um começo.
Somos a alma em movimento e com excesso de ligação ao sistema corpo-mente.
Precisamos sair por vezes deste emaranhado e deixar criatividade da alma falar.
Encontrar a morte é encontrar a vida além dos limites do tempo.”
Boa jornada!
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