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A Liberdade e o Yoga

Atualizado: 30 de abr. de 2021

Por Professor Eduardo Dias





Estamos cansados de seguir, de ter que cumprir, imitar e montar uma personalidade que seja aceita pelo mundo e pelas pessoas a nossa volta. Nossos anseios de aceitação, orgulho e reconhecimento nos esgotam.

Parece que quanto mais corremos nesta direção mais distante estamos de preencher aquele algo profundo que nos falta.


Nos sentimos perdidos e ao acordar todos os dias vestimos aquela velha personalidade afiada em julgar, criticar e transferir aos outros e ao mundo a responsabilidade por nossas vidas vazias.


Ao nos olharmos no espelho interior insistimos em repetir como somos bons enquanto o medo e a insegurança se mantêm internamente em intensa atividade.


Os dias se passam e somos guiados por forças que não confrontamos, inconscientes e vazias de significados. Onde estamos errando?


Para que esta rota de ausência de significado e medo mude de direção precisamos nos conhecer mais a fundo.


A proposta da arte do Yoga é expressar o inconsciente a partir de um olhar interior para que seus elementos possam vir a consciência e serem iluminados.


Descobrir o que é real dentro de nós além da personalidade.


Muitos falam do ser divino e pleno em nosso interior. Mas antes do divino temos um desafio nada fácil de reconhecer: nosso próprio eu despido das personalidades.


Isto é autoconhecimento.


É trazer a luz o bom e o mau dentro de nós. As piores lembranças e os mais elevados sentimentos. Reconstruir os pedaços de nossa história com a transparência da consciência.


É um trabalho de dentro para fora.


Sempre trabalhamos no sentido inverso para nos adaptar e alegrar o mundo de fora. Agora devemos inverter este fluxo.


Quando atingirmos a maturidade deste processo nossas personalidades se modificam e passam a refletir um eu mais completo, inteiro e total. Daí podemos iniciar nossa conexão com a liberdade.


A única realidade que existe é aquela que é fruto da nossa interpretação.


A única liberdade que existe é aquela capaz de escolher entre possibilidades de interpretações da realidade.


O mundo lá fora não vai conspirar a nosso favor para obtermos riquezas pelo “segredo” que você cria a realidade material como mágica.


Esta riqueza só acontece para os autores destes livros que consumimos aos milhões na busca de preencher nosso vazio.


A magia, ao contrário, opera no interior e na alquimia de transformar emoções reprimidas e angústias em aprendizado e integração.


A falta e o vazio da vida são sinais preciosos de que é chegado a hora de iniciar nossa busca pela totalidade.


Quando avançamos neste sentido, olhando cada vez mais fundo e além das personalidades, podemos reinterpretar o mundo, a nós mesmos e aos acontecimentos a nossa volta.


Aprendemos a escolher nossas interpretações e descobrimos a liberdade.


Assim, mais vivos e criativos vamos nos despindo em nosso espelho interior, amadurecendo e produzindo tudo com mais luz.


E quando criamos luz também criamos sombras. Quando criamos alegria também criamos sofrimento.


Aprendemos a arte e a liberdade de andar com os opostos simultaneamente sem negar mais nada inconscientemente.


Somos senhores do nosso próprio desenvolvimento e despreocupados com qualquer forma de pureza ou perfeição.


Não há perfeição em SER HUMANO.


A perfeição só pode se manifestar em algo completo. Por isso a busca pelo mais completo, mais integral.


Neste ponto não perdemos nosso ego nem somos menos eu ou mais divinos.


O eu é o veículo de toda a manifestação da vida. Somos mais eu, mais inclusivos com nós mesmos.


Estamos sim gerando mais identificação com nosso psiquismo profundo (alma).


Uma outra fase da jornada é a inclusão da identificação com a testemunha consciente, o Self ou o divino dentro de nós.


Sempre incluindo. Nunca “matando” ou excluindo nada em nós, mas esta já é outra aventura.


Isso é Yoga.

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